segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Meus Bons Amigos

Começo este texto contrariando o mestre Milton Nascimento e afirmo com direito a exclamação e negrito: amigo não é coisa para se guardar! 

Ainda que seja debaixo de sete chaves ou do lado esquerdo do peito um amigo não deve ficar guardado. Amigo é coisa para ter sempre junto a nós, dividindo as confidências que guardamos a sete chaves e encostado no lado externo do peito a cada abraço!

A amizade é um dos sentimentos mais nobres, carrega com ela uma eterna beleza digna de ser exposta em qualquer museu, mas isto não justifica que a deixemos estática em um altar. Amizade é movimento. É o brinde ao fim do dia, o telefonema, a carona, a troca de valores, a conversa à toa, o abraço, o ombro, o ouvido mudo, o conselho e sobretudo a companhia.

A vida também é movimento. Se move tão rapidamente que às vezes, ironicamente, faz amigos seguirem caminhos diferentes. Trabalhamos pesado, nos mudamos, casamos, criamos filhos, ficamos sem tempo, confundimos as prioridades e deixamos grandes amizades perdidas pelo caminho.

Guardamos amigos na memória, na agenda do celular, na lista de emails, no Facebook e no álbum de fotos que esquecemos no fundo da gaveta ou naquela pasta do computador cheia de outras imagens de menor valor.

A "Canção da América" foi feita para os amigos que infelizmente nos foram roubados pela morte. Estes sim só podemos guardar do lado esquerdo do peito e dentro do coração. Para os outros amigos que você deixou para trás ainda há tempo de cantar muitas outras canções. Sugiro que você comece com Barão Vermelho: "Meus bons amigos, onde estão? Notícias de todos quero saber..."

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