Quisera Deus eu tivesse a frieza e a grandeza do perdão para distribuir em todas as situações, mas preso aos limites e imperfeições do humano nem sempre é possível oferecer a outra face. Na maior parte das vezes até perdoamos, mas precisamos antes oferecer nosso punho nas duas faces de quem nos feriu.
A vingança na maior parte das vezes é apenas uma forma, consciente ou não, de retribuir a dor que sentimos para que nosso agressor possa entender o mal que nos causou. O problema é que muitas vezes nos excedemos e é a outra pessoa que fica com um saldo a restituir. Semeamos inimizade e criamos um ciclo vicioso de troca de "gentilezas".
O mundo dá voltas e é doce o gosto quando percebemos que, por resultado de algo que fizemos ou por simples ironia da vida, o jogo virou e agora é ele quem está passando pela mesma dor que um dia nos fez sentir. Nos sentimos vingados e ficamos quites, ainda que não tenhamos sujado nossas mãos neste processo. Mais gostoso ainda é poder estender a mão para ajudar e dizer: "eu sei como você está se sentindo".
O ABC da vingança: quando alguém te faz algo realmente ruim, algo ruim o bastante para destruir qualquer outra pessoa, a melhor vingança é ficar bem e mostrar para todo mundo, inclusive para você mesmo, que aquilo não te afetou de nenhuma forma importante. A melhor vingança é deixar claro e visível que você é maior do que qualquer maldade!
E quando a dor é causada por alguém que um dia amamos, alguém a quem entregamos todas as armas que poderiam nos ferir, confiando que elas não seriam contra nós, precisamos esquecer o sentimento e nos recompor. Chore sozinho, procure consolo nos amigos mais próximos e sorria publicamente com os demais amigos.
Nas palavras de Chico Buarque (letra da música "Olhos nos Olhos"): "Quando você me quiser rever já vai me encontrar refeita, pode crer. Olhos nos olhos, quero ver o que você faz ao sentir que sem você eu passo bem demais."
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