A dinâmica dos relacionamentos está nas uniões e separações, movimentos muito bem retratados na letra de Milton Nascimento, recentemente regravada na voz de Maria Rita, que compara esta dinâmica a uma estação de trem: "...são só dois lados da mesma viagem, o trem que chega é o mesmo trem da partida. A hora do encontro é também, despedida. A plataforma dessa estação é a vida...".
O fato é que a todo tempo, para todos os tipos de relacionamentos, sendo eles de amor, amizade, coleguismo, ou de qualquer outro tipo de vínculo, estamos nesta estação conhecendo pessoas novas, nos despedindo por vontade ou ocasião, ou reencontrando pessoas que em alguma parte do tempo se despediram.
Cada relacionamento possui uma história única, particular e independente de todas as outras que vivemos, de tal forma que não importa o quanto tempo uma história é interrompida, ao retomá-la começamos exatamente do ponto onde ela parou, voltamos a sentir cada emoção que ela nos provoca, porque ao falar de sentimentos o tempo não tem o poder de apagar, ele apenas congela.
A algum tempo assisti um filme chamado "Apenas Amigos", onde o personagem Chris Brander, apaixonado por sua colega e amiga Jamie Palamino, se sente inseguro e rejeitado por ter muitos quilos acima dos peso normal. Anos depois, em perfeita forma e morando em outra cidade, ele se torna um símbolo sexual e se sente completamente seguro em tudo o que faz, porém ao reencontrar Jamie ele percebe que enquanto está com ela toda aquela insegurança volta a ser sentida.
Ao pensar em retomar uma relação tenha a certeza de que as fragilidades, frustrações e decepções não serão apagadas pelo tempo, não existe mágica, a experiência e as lições aprendidas servirão apenas para te ajudar a vencer as dificuldades que voltarão à tona. Da mesma forma voltarão todas as coisas boas, o carinho, o desejo, a pele, as afinidades... Não há segredo, se as pessoas são as mesmas, as reações e as sensações também serão as mesmas.
Encontros, desencontros, reencontros... Viva a magia desta estação, receba de presente a dor e a alegria de cada movimento, saiba que fora a morte não existem despedidas definitivas, e para todas as outras deixo mais uma parte desta letra: "...coisa que gosto é poder partir sem ter planos, melhor ainda é poder voltar quando quero...".
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