Antes de abordar o tema quero deixar um protesto: precisamos "desamericanizar" nosso vocabulário. No Brasil a língua portuguesa possui oficialmente cerca de 390 mil palavras, publicadas pela Academia Brasileira de Letras no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, que somadas aos vocábulos técnicos, científicos e regionais ultrapassam a marca de 600 mil palavras. Por que importamos tantos termos americanos?
Voltando ao tema, nos últimos anos o termo assédio moral tem sido usado com frequência para definir legalmente a violência moral em ambientes de trabalho, onde relações hieráquicas impedem ou retardam a reação da vítima.
Apesar da subutilização, a definição mais abrangente de assédio moral inclui qualquer tipo de agressão ou ameaça, física ou verbal, que ocorra de forma repetitiva e prolongada, e que prejudique a integridade psíquica do indivíduo. Não são necessárias relações de hierarquia para chamar de assédio.
A palavra bully em português pode ser traduzida como brutamontes, valentão ou tirano, logo o termo bullying faz referência às agressões e ameaças constantes impostas por estes tiranos nas suas vítimas. Apesar de existir um grupo de pessoas que diz não haver uma tradução em português, na prática bullying é o termo em inglês para assédio moral.
Além de bullying existem outras terminologias internacionais para assédio moral. Seguem algumas delas: mobbing nos países nórdicos, harcèlement na França, bossing na Itália, acoso moral na Espanha e murahachibu no Japão. Essas denominações guardam concordância entre aqueles que estudam e se dedicam ao assédio moral.
Independente do idioma, o assédio moral acontece em todos os níveis da sociedade pela dificuldade do ser humano em entender e aceitar as diferenças. Somos julgados e perseguidos pelo nível de inteligência, pelo peso, pela altura, pela opção sexual, pela cor da pele... Tudo o que foge do padrão de um grupo tende a ser rejeitado.
A verdadeira beleza dos seres humanos está nas diferenças. A mistura de culturas, etnias e temperos é a grande riqueza de uma sociedade. Não acate e não aceite nenhum tipo de agressão. Revide, se imponha e se afirme. Assédio moral ou bullying, chame como quiser, mas não pratique e não permita que outros o pratiquem.
Descubra e abandone seu lado Joselito: tome cuidado com as palavras e brincadeiras, elas podem curar e ferir mais do que medicamentos, pontapés e armas de fogo. E antes de qualquer coisa descubra quem você é e tenha orgulho disto, porque não entender os outros é apenas um sintoma de quem não sabe aceitar a si mesmo.
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