As Marés das Circunstâncias

É assim que as coisas são: por maior que sejam nosso esforço e nosso empenho no planejamento existem os fatores externos, existem tendências e influências que independem de nossas vontades. Ainda que muitas vezes passem despercebidas, elas estão lá depositando por hora obstáculos e por outras atalhos em nossos caminhos.

São as marés das circunstâncias e saber identificá-las pode ser determinante na definição entre nossos sucessos e fracassos. Para onde a resultante dos seus passos com tais fatores está te conduzindo?

A vida é como um grande oceano onde existem correntezas que podem te conduzir a muitos destinos diferentes. Quando encontramos a maré certa podemos antecipar a conquista ao nadarmos no mesmo sentido, quando estamos na maré errada é preciso nadar lateralmente até se livrar de sua influência, porém nadar no sentido oposto não nos leva a lugar nenhum.

Nadar contra a correnteza é apenas uma forma cansativa e agonizante de atingir o mesmo resultado que você alcançaria em repouso e, ao aprender esta lição, é fácil concluir que estar no comando da situação significa muito mais do que simplesmente definir seus próprios passos: é preciso aprender a identificar e navegar as correntes certas.

Abra os olhos, aguce todos os demais sentidos e, sobretudo, esteja sempre pronto para remar, afinal a percepção que define nossos caminhos não nos isenta da caminhada. Viva as marés das circunstâncias!

Aparência é Tudo!

Nem tudo o que parece é, mas o que é tem a obrigação de parecer. O bom de fato não pode parecer ruim, simples como velhos clichês: macieiras não geram uvas e copos cheios com água não transbordam vinho.

Não estou falando das falsas aparências, afinal elas só enganam aqueles que acreditam antes de experimentar. Ainda que adicionemos o corante perfeito a uma taça com água ela não terá o gosto do vinho, e ainda que somemos a esta mistura o aromatizante perfeito ainda faltará a textura. Mas o vinho verdadeiro nunca vai ter aparência de água...

Seja o que você for, pareça. Ocultar seus dons é tão ou mais nocivo para você, e para os que estão a sua volta, do que inventar qualidades. A vida moderna é agitada demais para mergulharmos em cada um dos que estão à nossa volta procurando suas verdadeiras identidades, então faça um favor ao mundo e mostre quem você é!

Não podemos acreditar na primeira impressão, mas definitivamente é ela quem define o que estamos dispostos a experimentar. Transparecer é fundamental, e por isto afirmo sem medo: aparência é tudo!

O Dom da Insatisfação

Vivemos insatisfeitos na constante busca por ideais. Queremos ter o relacionamento ideal, o trabalho ideal, a remuneração ideal, a casa ideal... Sejam elas materiais ou espirituais, todos as pessoas possuem metas e é a insatisfação escondida em cada uma destas metas o que movimenta a humanidade.

Freud dizia que o princípio do prazer é a ansiedade, que é preciso encerrar o desconforto das vontades não saciadas para atingi-lo.

O que aprendi com o tempo é que a proximidade do alvo pode ser mais prazerosa do que a conquista, e que para isto ser verdade basta que o objetivo tenha sido mal definido. Quantas vezes os planos na véspera do seu feriado foram melhores do que o próprio feriado?

O fato a ser percebido é que os ideais não passam de conceitos incompletos e provisórios, são meras abstrações que perdem seu valor no exato momento em que se concretizam. Chegamos ao objetivo, e agora? A casa ideal precisa ser reformada, a remuneração deixa de ser suficiente, o trabalho se torna cansativo...

Independente da altitude em que estamos, sempre precisamos chegar mais alto e isto nunca vai mudar, a insatisfação é parte essencial da condição humana.

Sobre o tema é preciso aprender duas lições básicas: primeiro que a insatisfação é um dom, ela é a chave para nossa evolução. E segundo que saber definir metas palpáveis e saborear as conquistas intermediárias é um dos grandes segredos para nossa felicidade. O resultado final deste aprendizado? Satisfeito nunca, feliz sempre!